segunda-feira, 26 de março de 2012


Dance of the Vampires

Pra matar um pouco a saudade da minha infância, quero falar sobre um filme engraçadissimo.

The Fearless Vampire Killers, no Brasil lançado como “A Dança dos Vampiros”, e que originalmente chamou-se Dance of the Vampires, é uma produção americana dirigida por Roman Polanski, de 1967.



No Brasil, me parece que chegou aos cinemas somente em 1970. Minha mãe me contou que assistiu quando estava grávida do meu primeiro irmão.

A história é ambientada na Transilvânia onde o professor Abronsius (Jack MacGowran) e seu fiel amigo Aflred (Roman Polanski) vão a caça aos vampiros. Ambos se hospedam numa pequena e estalagem e Alfred acaba apaixonando-se por Sara Shagal (Sharon Tate)


Sharon Tate mereceria um capítulo a parte. Pra mim, a atriz mais linda de todos os tempos. Musa americana dos anos 60, viveu um romance com Polanski, de quem estava grávida quando foi brutalmente assassinada pela notória família Manson, em 1969. Ela tinha apenas 26 anos.



Voltando ao filme, destacam-se personagens bem peculiares como o Conde Von Krolock (Ferdy Mayne), Herbert Von Krolock (Iain Quarrier), que é filho do conde e faz o papel de um vampiro homossexual, e Yoineh Shagal (Alfie Bass), vampiro judeu, sobre quem a cruz, tradicional aliada dos caças vampiros, não faz nenhum efeito.



Pra quem curte um filme trash, com humor, e das antigas, vale a pena conferir.


Segue o trailler;


domingo, 25 de março de 2012

TAME IMPALA

Pra mim, uma das melhores bandas da atualidade. Formada na Austrália em 2007, teve seu primeiro disco lançado em 2010.

Eu já a conhecia desde o tempo do seu primeiro single (Sundown Syndrome/Remember Me), de 2009.

Guitarra pesada, bateria, efeitos, vocal de primeira, rock psicodélico atualíssimo, mas que nos transporta aos 60/70.



Kevin Parker, vocal e guitarra, Jay Watson, bateria, Dominic Simper, guitarra e sintetizador e Nick Allbrook, baixo.

Ladies and Gentleman, Tame Impala from Australia

terça-feira, 20 de março de 2012


The Phoenix Foundation

 Certamente na sua rádio, na MTV ou em qualquer site ou programa falando sobre música você não irá ouvir, nem ler, a respeito de músicas como “Pot”, “Golden Ship”, “Eventyally” ou "Flock of Hearts” do álbum Buffalo da banda neozelandesa The Phoenix Foundation.



A banda foi formada em 1997 por estudantes do Wellington Hight School e teve o lançamento do seu primeiro álbum (Horsepower) somente seis anos mais tarde, em 2003.

Depois disso, lançaram Pegasus (2005), Happy Ending (2007) e recentemente Buffalo, produzido em 2010, mas que teve toda sua divulgação em 2011.



Eu já tive a oportunidade de escutar todos os álbuns. E, em minha opinião, Buffalo foi o melhor. Trata-se de uma mistura pop/psicodélica com um certo tempero progressivo.

Pra quem curte algo diferente fora da esfera habitual, e se interessa por sons alternativos de bandas que mandam bem pra caramba, vale à pena conferir.

The Phoenix Foundation, Pot

domingo, 18 de março de 2012

Creatures Of The Night, Kiss (1982)

Por que gostar de rock?


O ano era 1983. Eu tinha apenas 08 anos de idade. Eu era um bostinha cabeludinho, sardento, magrelinho, e cheio de energia pra azucrinar meus professores e colegas na escola.

Até então, o que eu conhecia de música? Basicamente temas infantis como Balão Mágico, Bozo, e temas de programas para crianças como Sítio do Pica Pau Amarelo, Vila Sésamo, etc. Músicas para adulto, até conhecia. Impossível não conhecer Beat It ou Thriller, do Michael Jackson, Total Eclipse of the Heart, da Bonnie Tyler, Hard to Say I’m Sorry, Chicago, I Believe in Love e On My Own, da Nikka Costa, ou cantores e bandas brasileiras como a Blitz, 14 Bis, Gilberto Gil, Rita Lee, Lulu Santos, CaetanoVeloso, Milton Nascimento, Ney Matogrosso, Elis Regina e Gal Costa. Eu ouvia tudo isso, mas sem qualquer tipo e emoção ou encanto. Eram apenas músicas. Nada mais! Meu pai, italiano bravo, não permitia sequer ligar nosso aparelho da National (moderníssimo na época) pra ouvir qualquer tipo de música. Pra ele, música era sertaneja, ou Nelson Gonçalves. Só!

Porém, uma mudança muito forte aconteceu em junho de 1983. Algo novo, diferente, infernal, do capeta, e barulhento desembarcou em solo brasileiro naquele mês de junho. Os quatro cavalheiros do apocalipse haviam chegado e traziam do inferno toda sua parafernália explosiva; era a banda norte-americana Kiss! Paul Stanley, Gene Simmons, Vinnie Vincent e Eric Carr chegaram prometendo muito barulho, explosões, fogo e sangue nos palcos do Morumbi (SP), Maracanã (RJ) e Mineirão (MG).  Era a glória!

Meus irmãos, já totalmente influenciados, já deixavam o cabelo crescer, pra desespero do meu pai. Eu, modestamente, mantinha um cabelo mais discreto. Lembro-me do primeiro disco, comprado já naquele mês de junho; Creatures of the Night (Criaturas da Noite). Na TV, os programas musicais repetiam, diariamente, o clip I Love It Loud. Simplesmente, fantástico!



Era começo de década, minha infância passaria a ser totalmente influenciada por cabeludos vestidos de preto, músicas demoníacas, barulho e rock in roll.

Se até então eu era um projeto de capeta na escola, a partir desse ano passei a ser o próprio capeta numa doce versão infantil.

Eu, mostrando a lingua, ao melhor estilo Gene Simmons (1984)






07 Faces of Dr. Lao



“O circo do Dr. Lao é a própria vida, e tudo nele é maravilha.”

A Sete Faces do Dr. Lao é um filme de 1964, adaptado do romance de Charles G. Finney, de 1935.

A história fala sobre um misterioso homem chinês, Dr. Lao, e seu fabuloso circo.

Dr. Lao, exótico e mágico, transforma-se em Abominável Homem das Neves, Mago Merlin, Apollonius de Tyana, Pan, Serpente Gigante, Medusa, e em um Membro da Assistencia. Um só homem, e suas 07 faces.

Quantas vezes na vida sou obrigado a trocar de máscara! A vida, diáriamente, apresenta contrastes gritantes.

Por exemplo; em um único dia, participei de um evento repleto de deputados, vereadores e pessoas influentes com certo poder de decisão na vida da população, e horas depois encontrava-me dentro de um boteco sujo, escuro, cheirando a cigarro e filosofando com o mais humilde dos seres humanos! E detalhe; bêbado!

Eu poderia ser a mesma pessoa em ambos os lugares? Em caráter, sem sombra de dúvidas que SIM e afirmo; eu sou! Mas a máscara muda.

Minha vida tem sido repleta de contrastes, e não é de hoje. Quando eu era criança, tinha em frente a minha casa um casarão antigo, simples, com paredes salmão e bem pobre. Morava ali meu amigo Dé, irmão do Binho e filho do Zé. Eram pessoas bem humildes, e apesar da minha visão pura de criança, percebia-se que eram pessoas sofredoras. Eu, Dé, e outros amigos, brincavamos muito ali no casarão. Seu quintal, grande e repleto de árvores, nos oferecia momentos de boas risadas. Não me esqueço do Binho, trepado encima da pitangueira, mijando na cabeça do Dé (kkkkkkkk).

O contraste dessa simplicidade eu vivia nas minhas férias de final de ano, na casa da praia. Lá, na casa de um vereador, eu nadava numa enorme piscina, jogava bilhar, tomava guaraná, e andava de bicicleta. Sem falar, claro, do campo de futebol dentro dessa casa. Sim, um enorme campo de futebol, e com uma quadra de vôlei ao lado. Piscina, quadra, campo, sauna, sala de jogos, churrasco, e horas depois,voltando a São Paulo, me encontrava no casarão pobre, simples, e desgastado do meu amigo Dé, ou no terreno baldio de chão batido e mato próximo a minha casa. Nosso famoso “campinho”.  Puro contraste!

Pude viajar pra vários países, conhecer cidades lindas, ricas e repletas de pessoas bem vividas. Mas também, no meu dia a dia, circulo por São Paulo, zona leste, e vejo a condição triste, precária e lamentável em que se vive grande parte da população. Contrastes.

Voltando ao tema principal, percebo a obrigatoriedade de me transformar. Assim como Dr. Lao, no circo mágico, me vejo obrigado a mudar de roupa, fisionomia, e  ser alguém que esteja de acordo com o ambiente e as pessoas ao redor. Ser aquilo que o momento pede. Ser adaptável!  

Sou a criança brincando no casarão antigo, o adolescente experimentando os primeiros goles de cerveja numa baladinha na Vila Madalena dos anos noventa, o adulto de terno e gravata trabalhando no aeroporto internacional, o mochileiro peregrinando pela Europa, o rebelde cabeludo que destruia a escola e azucrinava os malditos professores, o impaciente, o zen, o romantico escrevendo uma carta, o as vezes triste, mas princiapalmente o FELIZ e eternamente em paz com a vida Cassiano.